Sindicato dos jornalistas de Angola se diz preocupado com violência contra imprensa

15/11/2010 - O Sindicato dos Jornalistas angolanos diz num comunicado ter acusado com preocupação o incidente de que foi vítima o radialista António Manuel “Jojó” da Rádio Despertar, lembrando que o incidente “foi mais um nas estatísticas de trabalhadores da comunicação social violentados por autores cujos rostos continuam ainda encobertos”.

O Sindicato dos Jornalistas angolanos diz num comunicado ter acusado com preocupação o incidente de que foi vítima o radialista António Manuel “Jojó” da Rádio Despertar, lembrando que o incidente “foi mais um nas estatísticas de trabalhadores da comunicação social violentados por autores cujos rostos continuam ainda encobertos”.

A este radialista, o sindicato diz no mesmo documento que presta total solidariedade e desejos de rápidas melhoras, deixa um apelo às autoridades competentes a esclarecerem com a devida celeridade o acto de violência de que foi alvo, envidando todos os esforços para encontrar os culpados.

Lembra que este acto contribui para “ensombrar o ambiente de trabalho dos jornalistas e o panorama da comunicação social”, já de si agravado com a morte do jornalista Alberto Chakussanga também da rádio Despertar e o ferimento, com arma de fogo, do jornalista Abias Sateco da TV Zimbo.

De acordo com um comunicado da comissão política permanente da FNLA, tem-se notado “uma sucessão de actos hediondos perpetrados por aqueles que querem amordaçar as vozes da liberdade e pretendem continuar a viver em ‘monocracia’ ou monocromia política”.

Este partido considera mesmo que o acto é mais um sinal da manifestação exacerbada de intolerância, pelo que, adianta o comunicado, “não só provocou a nossa indignação, como também manifestamos o mais veemente repúdio àqueles que perpetraram ou ideologicamente inspiram tais actos através de sugestões satânicas”.

Assim e para que se continue a viver num país de paz e harmonia com todas as vozes discordantes, enquanto ingredientes da democracia, a FNLA diz no documento que “insta às entidades competentes a perseguirem os criminosos, trazê-los à justiça e serem exemplarmente sancionados”, tendo em conta a necessidade de se alcançar o resgate de valores.

Por seu lado, os POC que também repudiam em termos fortes o sucedido com António Manuel “Jojó” e a detenção por algumas horas do jornalista Rafael Marques, na Lunda-Norte, lembra no seu comunicado de repúdio que “90% dos crimes cujas vítimas são figuras públicas e ligadas directa ou indirectamente ao mundo da crítica social, económica e política, nunca foram esclarecidos e os seus processos foram sistematicamente omissos pela justiça”.

Aponta o assassinato recente do jornalista da Rádio Despertar, Alberto Tchakussanga, e outros, como um caso paradigmático da situação sensível em que profissionais da comunicação social “estão a ser inexplicavelmente detidos, assaltados, ameaçados, perseguidos e coagidos, pelo esmero aplicado no cumprimento da actividade profissional”.

Os POC apelam, por isso, às entidades do Estado e associações da classe a concertarem posições para a criação de condições de segurança para a que a profissão de jornalista não continue a ser vista como uma profissão de alto risco.

Rogam mesmo ao Presidente da República para que indique uma entidade para prestar esclarecimentos sobre o caso, de modo que não lhe sejam imputados actos daquela natureza já que no actual quadro constitucional concentra o exercício do poder político em Angola.

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